sábado, 28 de novembro de 2015

"A Ilíada e o nascimento da literatura", pel'O Javali de Vladivostok

Na faculdade tive uma das cadeiras mais interessantes de todos os tempos - literatura clássica -, sendo que o estudo se focou, sobretudo, nas obras de Homero. Conhecia-as por alto, mas a partir do momento em que tive de ler quer a Ilíada quer a Odisseia fiquei encantada com cada uma delas.
Ontem, um pouco por acaso, decidi ir a uma feira do livro noturna organizada pela Flâneur, que teve espaço para um momento de stand up comedy a cargo do auto-intitulado Javali de Vladivostok, aparentemente também conhecido por Bruno Henriques. 
Durante cerca de meia hora, num tom obviamente humorístico e com recurso a uma representação através de bonecos de lego, ele fez uma análise da Ilíada (aquela que inspirou o filme Tróia), trazendo-me à memória muitas das anotações que fui espalhando pelas páginas do meu exemplar há alguns anos atrás.
Para quem não sabe, a Ilíada relata a guerra de Tróia, iniciada quando a Helena de Esparta, casada com o rei Menelau, foi como que raptada de livre vontade por Páris, de Tróia. A genialidade da obra passa por que nos nos permite assistir ao arco todo dos dez anos de guerra naqueles 14 dias (de narração) e que trata principalmente a guerra interior de Aquiles que, por acaso, é um pulha e o Luke Skywalker é que é fixe. Na verdade, tal como o Bruno Henriques disse, transpondo-me novamente para uma sala de aulas da faculdade de letras em frente à minha professora, o Aquiles é o mais real dos heróis, o mais humano deles todos, pois revela fraquezas e dilemas morais, contrariando um pouco a ideia de herói como a perfeição que queremos atingir.
Penso que o Javali de Vladivostok cumpriu o seu propósito: saí dali bem-disposta com vontade de reler a história e de analisar, passado todo este tempo, os vários aspetos relevantes da obra.
A minha opinião é parcial, bem sei, mas tudo o que sejam iniciativas que aproximem o público da literatura são louváveis.


Apresentação do elenco principal


Quando Heitor matou Pátroclo e Aquiles regressou à guerra

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